terça-feira, 8 de abril de 2014

Artigo da Marina Ribeiro sobre a maconha




 Maconha

Na sociedade atual é comum nos depararmos com debates sobre o uso de entorpecentes e seus efeitos. Uma questão importante a levar-se em conta é o uso da maconha e a disputa pela sua legalização no Brasil. Tendo em vista o quanto o assunto é polêmico, é preciso lembrar que rios de dinheiro são gastos com a intensão de reprimir o tráfico e a violência gerada por ele.
Reconhecendo que tal política é falida e parte da população brasileira que é vítima de violências ligadas ao narcotráfico é prova disso. Logo vemos que a criminalização não tem solucionado o problema. Entretanto, se a tentativa de combate feito pelo governo é falida, por que não legalizar a cannabis, acabando com os problemas relacionados ao tráfico? O cigarro e o álcool geram dependência e suas consequências são tão ruins quanto as da maconha, por exemplo. Outro ponto importante é que o governo simplesmente tornaria lícito algo que é prática comum para muitos, passando a arrecadar impostos sobre o produto, podendo investir em outras áreas o dinheiro utilizado para o combate da droga. Dessa forma todos saem ganhando e o cidadão teria a liberdade de escolher, ser usuário ou não, sem infringir a lei e por consequência sem ser punido.
Opondo-se a esta ideia, existem pessoas que são contra a legalização com todas as suas forças. Alegam que a maconha é um alucinógeno que causa dependência, problemas pulmonares, bloqueia receptores neurais importantes, causando perda de memória, ansiedade, depressão e surtos psicóticos. É considerada por muitos como a “porta de entrada” para drogas mais perigosas como craque e cocaína. Sua legalização não garante o fim do tráfico uma vez que o Estado colocaria um limite para consumo mensal, os impostos sobre o produto ocasionariam o surgimento de um mercado ilegal onde o preço seria mais baixo e a ampliação do acesso ocasionaria situações diversas, mesmo se os problemas com tráfico fossem solucionados, o adolescente pobre, desempregado e viciado, poderia roubar para manter-se no vício, por exemplo.
Diante dos argumentos, pensamos que oferecendo uma vida digna e de qualidade, com saúde, segurança e educação, diminuindo sensação de injustiça que atinge as massas e fazendo campanhas amplas e continuas, os resultados poderiam ser mais satisfatórios do que a legalização ou repressão do uso da maconha. Se o Estado se empenhasse em criar uma sociedade mais harmônica e consequentemente mais unida, investindo na transformação do uso de drogas em algo repugnante com a mesma intensidade na qual investe na alienação do povo, a aversão ao consumo de qualquer droga seria quase tão cultural quanto assistir à novela das nove.
                                                                                                             Mariana Ribeiro